Onde está o segredo?

DIFICULDADE NA COMPREENSÃO DE MATEMÁTICA PODE ESTAR ASSOCIADO A PROBLEMAS DE CALCULOGIA  

O Professor Frederico Nhanga Benedito alertou que existe alunos com problemas de calculogia, por isso, apresentam dificuldades em compreender a disciplina de matemática e apelou aos “homens do giz”, a observarem sempre os teoremas, para que se evite “acidentes” ao longo do processo de ensino-aprendizagem.

Entendida como a ciência do raciocínio lógico e abstrato, que estuda através dos números, quantidades, medidas, espaços, estruturas, variações e estatísticas, a matemática é vista por várias pessoas, como “um bicho de sete cabeças”, dada a dificuldade que encontram para compreendê-la.

Nesta senda, entrevistamos o professor Frederico Nhanga Benedito, que elencou os possíveis “segredos”, para os alunos entenderem a disciplina, por achar que, não existe “mistérios”.

O docente de matemática há seis anos, inicialmente avançou que os alunos devem conhecer os conceitos básicos, para poderem desenvolver habilidades de cálculos de leitura, caso contrário, muitos passarão a olhar para a “cadeira”, como um problema.

Para a matemática ou qualquer outra disciplina, considera que o hábito a leitura é fundamental, pois ajuda a desenvolver o cérebro, melhora a qualidade da percepção das coisas e traz outros benefícios, até na melhoria do sono.

“Para ser brilhante em matemática, é necessário o estudante ter bases sólidas, desde os primeiros passos dos cálculos de adição, subtração, multiplicação e divisão”, elucidou.

O profissional do sector da educação, clarificou a relevância do interesse e entrega por parte do estudante, como um passo basilar para entender a disciplina “dos números”. O interesse em aprender, considera chave, caso contrário, será difícil alcançar o sucesso almejado.

“A pessoa deve ter interesse por aquilo que quer fazer”, acresceu.

Questionado sobre a existência de alunos que levantam a história de não terem simpatia pelo professor, se pode ser considerado como um obstáculo no processo de ensino-aprendizagem, respondeu laconicamente que sim. O docente aconselha aos que procedem desta maneira, a mudarem de atitude, porque o gosto pelo “mestre” é primordial para o crescimento do “discípulo”.

O exercício constante é outro segredo elencado, pois, a teoria e a pratica devem caminhar de mãos dadas.

“Se eu não praticar, acabo por esquecer o teorema aprendido”, reforçou.

Tendo em conta aos alunos que por razões diversas não conseguem perceber imediatamente a explicação do professor, acha que os grupos de estudos ajudam bastante neste processo.

Métodos usados pelos professores

Ao longo da entrevista, chamado analisar os métodos usados para a transmissão dos conhecimentos, disse que tem grande influência no processo de ensino-aprendizagem, por existir diversos caminhos, para se chegar ao resultado.

De acordo ao “homem do giz”, o que ocorre em alguns casos, são os procedimentos utilizados por parte de alguns professores, pois, nem sempre se baseiam nos teoremas e partem imediatamente para a prática, o que considera de erro, porque pode acontecer “um acidente”, isto o aluno a não entender e passar achar que a matemática seja “este bicho que tanto se fala”.  

“É necessário ensinar como pegar o garfo, para que o menino amanhã possa se alimentar sozinho”, apelou.

Frederico Benedito esclarece, que apesar de existir professores capacitados, há muitos que entraram para o sector da educação, porque eventualmente encontraram facilidade de emprego, aceitaram o desafio sem medir as consequências, mesmo tendo dificuldades na partilha de conhecimento.

“Leccionam não por gosto, mas por dinheiro”, acresceu.

O professor, disse que em Angola, particularmente em Luanda, existe muitos docentes com este perfil, têm domínio do assunto, mas não conseguem transmitir o que sabem.

“É um erro, porque a ciência não é coisa de brincadeira. Estudar é algo sério e a educação de igual modo. Não aconselho alguém que não tenha domínio da matéria, levantar para ensinar”, acentuou e adicionou a necessidade de se estar preparado para puder instruir.

Por outro lado, avançou que esta situação, pode destruir uma nação, porque a educação é a base fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade, para tal, recomendou aos colegas, a importância da capacitação frequente, para encararem os desafios da profissão e nem olharem principalmente para o dinheiro.

Calculogia pode dificultar a compreensão da matemática

Um dos problemas identificados, está relacionado a calculogia, um conceito que se refere ao estudo de factos numéricos, algoritmos e cálculos mentalmente rápidos ou curiosos.  

O professor elucida que a calculogia são habilidades que permitem a percepção de cálculos numéricos, por isso, alerta que no país, tem estudantes com esta debilidade de compreensão dos números.

“Há alunos que você explica, em pouco tempo esquecem o que foi ensinado. É necessário que tenhamos um acompanhamento ao mesmo, inclusive por um profissional de psicologia, talvez esteja com o QI (Quociente de Inteligência) abaixo da média ou outro problema, que somente saberemos caso estejamos atentos”, explicou.

Frederico Benedito afirma que existem outros alunos,  cujo problema não esteja associado a calculogia, mas sim, a preguiça, isto é, recebem a matéria, chegam em casa, não se preocupam em revisar e no dia seguinte, pretendem fazer os exercícios, quer dizer “acabam por esquecer os conhecimentos adquiridos”, referenciou.

 Às escolas, exortou a importância de contratarem psicólogos, de modo ajudarem a identificar as razões que levam um aluno a ter dificuldades de assimilação, para rapidamente encontrarem a solução.

 Aos pais, apelou a prestarem a máxima atenção aos filhos, estimulá-los a resolverem exercícios, desde os cálculos mais simples, aos mais complexos.

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Redacção Ponto de Situação

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